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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

FELIZ ANIVERSARIO THAIS



 Thais faz 13 anos, e lembro-me como hoje do nosso momento mais sublime, como um aprendizado para a vida toda. Primeiros preparativos para o parto,eu estava serena e feliz,tomei a medicação, parto cesária assisti a tudo.Thais não chorou forte como eu esperava (uma amiga me garantiu que ouviria um choro tão forte que ia me deixar muito emocionada), o que ouvi foi um chorinho que mais parecia um miadinho de gato.Percebi correria e agitação, de repente me deparei com um bolinho de carne cinzenta que mais parecia um ratinho(a imagem mais linda que já vi)seus olhinhos puxados me fizeram perceber a síndrome, dei o primeiro beijo naquela criaturinha(que com o passar do tempo me encheria de beijos)tão carinhosa a nossa Thais.Em seguida dormi devido a medicação. No dia seguinte acordei assustada, com a presença  de uma funcionária que me entregou um lindo cartão do papai,imaginei, como será difícil contar a ele que falhei.Pouco depois recebi a visita da pediatra, uma senhora forte de voz suave, que procurava dizer algo que eu não queria ouvir._Sua filha tem Síndrome de Down,mas você é forte e vai superar tudo.Falou com uma convicção que eu mesma não tinha,falou das inúmeras características físicas que a levou a este diagnóstico.Tudo era muito confuso, e foi se despedindo me deixando ali atônita, com a confirmação da qual eu suspeitava, minha filha era excepcional.Levantei-me, coloquei a cabeça para fora da porta e vi um carrinho grande com muitos bebes dentro sendo empurrado por uma enfermeira,imaginei vem vindo meu bebe, ele é perfeito, tudo não passa de um equívoco, a pediatra estava enganada.O carrinho se aproximou, eram bebes lindos,grandes,rosados todos enroladinhos num cobertozinho.Pensei todos perfeitos,só o meu bebe com problema(queria outro bebe, o meu não me servia).A enfermeira me deu o meu bebe, como era linda, pequena e vermelhinha, que momento único, eu estava diante do meu “serzinho”a síndrome era notável, mas era tanta pureza e inocência que me enterneceu, por uns instantes me senti feliz.Mas logo voltou tudo, pois papai chegou e eu tinha que lhe contar, como era difícil assumir a culpa.Ele estava admirando a filha,quando de repente falei de uma vez,ela tem síndrome de down,percebi seu desapontamento, ficou olhando o bebe e tentou me acalmar.Sai do quarto e no corredor tentava encontrar a pediatra que explicaria melhor para ele o que havia acontecido.Os familiares foram chegando e eu tentava explicar o que nem para mim fazia sentido, era dolorido demais dar está notícia para qualquer pessoa, pois eu havia fracassado como mulher, todos procuravam me confortar,mas eu estava de luto, pois o bebe perfeito com que sonhei não havia nascido.Numa noite chorava muito e num ímpeto terrível tentei por fim naquele pesadelo peguei a Thais no colo, e aproximei-me da janela,mas graças  ao toque que senti das mãos de Deus,voltei imediatamente,e isto foi tão forte que demorei 6 anos para contar a alguém. Obrigado Senhor hoje sei que ela veio para que eu me tornasse uma pessoa melhor sua intercessão nos uniu para sempre na certeza que o amor é tudo. No dia da alta passamos pela capela, eu e meu marido pedimos forças a Deus para aceitar o que não podia ser modificado.E assim passamos por um longo processo de adaptação(por meses acordava assustada e ia até o quarto ver para crer, na esperança de que algo tivesse  mudado) ,mas era preciso continuar remando, pois tínhamos dois filhos especiais para criar,no tempo de Deus fomos dando nossos passos.E hoje podemos dizer que valeu a pena conseguimos superar o luto, partimos para a luta e vencemos. A Thais está muito além de uma filha perfeita, pois desde pequenina (iniciou tratamento com 6 meses na APAE) sempre mostrou-se receptiva e firme como uma rocha,quando solicitado seu empenho, nos fazendo acreditar em sua capacidade,nos encorajando a seguir em frente e até hoje é assim ela coloca o seu melhor em tudo que faz nos surpreendendo,Thais é um anjo que Deus nos emprestou para nos aperfeiçoarmos na arte do amor.   Ruth

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